26 agosto 2011

Lisboa 2011 - Parte VI

Mais sobre Lisboa...
Dois desenhos: o primeiro fiz no dia 23/07, antes de chegar ao simpósio e participar do workshop contraste (ver último post). Eu escrevi no sketchbook: "me chamou a atenção essa sombra obliqua e longa". A placa desenhada, diz: "Largo Raphael Bordallo Pinheiro". Esse largo é bem próximo ao Largo do Carmo.

O segundo desenho é do Sketchcrawl, realizado na Praça do Comércio.
E que Sketchcrawl! Mais de 200 pessoas reunidas após 3 dias de simpósio. Esse desenho me tomou quase 2 horas - ainda bem que eu tinha levado minha banqueta e estava bem acomodado. A toda hora passavam colegas e curiosos. Amigos sketchers que conversaram comigo e me desenharam, e cidadãos e turistas curiosos. Em um momento passou um senhor espanhol, se apresentou e mostrou seu caderno. Ele não estava participando do simpósio, nem sabia da existência do Urban Sketchers. Ele apenas estava viajando com a família quando se deparou conosco...Disse-me que sempre carrega um sketchbook em suas viagens. Imagine quantos não fazem isso anonimamente? E imagine a alegria do cara de ver toda aquela galera desenhando??
No canto, entre outras coisas está escrito: "17:30: Frank Ching acabou de passar e fez alguns comentários!"
Bem, eu comecei o desenho pela esquina da praça (próxima ao miolo do caderno). Passei alguns minutos planejando o campo do papel. Para não ficar entediado pela repetição das muitas janelas, eu alternei desenhando as pessoas - em alguns casos elas aparecem duas vezes, em posíções diferentes - veja a moça de chapéu. Foi uma tarde deliciosa!
A noitinha, seguimos novamente para a faculdade, para participar do coquetel de despedida. Conversei com muitas pessoas, me despedi de algumas e fiz planos para o dia seguinte...vocês não podem imaginar com quem.


Agora, para quebrar um pouco a monocromia desse post, seguem algumas fotos:
 
A galera reunida!

Os brazucas

O mentor-presidente-organizador-multi-task-super-man Gabi Campanario

A lenda viva, Gerard Michel

O que dizer? Meu sketch lado a lado com o de Gerard Michel!!


24 agosto 2011

Urban Sketchers Brasil!

Agora temos uma versão nacional do famoso blog criado pelo grande Gabi Campanario.
A idéia é juntarmos desenhistas do Brasil todo para compartilharmos a visão particular que cada um tem de suas cidades. É como grande entusiasmo que estou, juntamente com João Pinheiro e Juliana Russo, tocando este projeto.
Cliquem aqui para conhecer o blog, e não deixem de ler o post inaugural, escrito apaixonadamente pelo João, e com desenhos de nós três.
Os correspondentes estão sendo escolhidos e convidados aos poucos, mas se você quiser participar imediatamente basta acessar nossa página no flickr.


























O desenho acima, da catedral ortodoxa de São Paulo, eu fiz no encontro inaugural do Urban Sketchers Brasil.

Vamos marcar um encontro em SP?? Quem topa?


22 agosto 2011

Lisboa 2011 - Parte V

Meu Deus...Já faz mais de um mês que eu retornei de Lisboa! O tempo está passando rápido demais, na correria de algumas entregas, e agora percebo que preciso terminar de postar os desenhos da viagem....well, preciso terminar de escanear!!
Bom, sem mais, vamos ao que interessa: os desenhos.
Dessa vez são do último workshop que eu fiz, com os grandes Asnee Tasna, de quem sou fã, e de João Catarino, outra figura fantástica.






















Foi interessante seguir a proposta desse workshop: Contrastes!
Eu tenho uma tendência a fazer tudo meio apagadinho, leve. Portanto, seguir a proposta foi um desafio em tanto. A idéia básica era trabalhar com peso nas sombras e luz 'estourada', e Lisboa é perfeita para isso. No desenho de baixo, por exemplo, a rua está da cor do papel, e a sombra do carro warm grey 90%.
Em ambos eu trabalhei com marcadores sobre o papel do Moleskine, próprio para aquarela. Gostei das texturas que foram geradas pela rugosidade do papel.
De lá, seguiríamos para o fechamento do Simpósio e para o Sketchcrawl!

Abraços

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One more time, dear visitors. I can't make the translation right now...sorry.



13 agosto 2011

Lisboa 2011 - Parte IV

Sexta-feira, dia 22/07.
Acordei cedo e fui tomar café da manhã no bar do Sr. Raul...tinha mais um grande dia pela frente, e estava ansioso pelos workshops que eu faria.
O workshop da manhã foi o "Sketchmix", ministrado pelo João Moreno e Pedro Fernandes. Quando eu estava me inscrevendo nos workshops há alguns meses antes, a proposta deles me chamou a atenção. A idéia foi fazer uma espécie de colcha de retalhos, um patch-work de desenho urbano. Descemos a rua da Nova Almada, desenhando elementos que nos chamassem a atenção: luminárias, portões, fechaduras, etc...A idéia seria dispo-los na folha do sketchbook de forma (quase) aleatória. No final deveríamos criar um fundo para unificar todos aqueles elementos. Bem, na verdade esse era um dos exercícios, mas que me tomou todas as três horas do workshop. Confesso que passei cerca de 15 minutos tentando decidir qual seria esse fundo...ouvi que alguém tinha feito um piso de mosaico português. Pensei: "Ah, puts, que idéia fantástica! Mas não quero fazer igual! Quero inventar alguma coisa minha!" Enfim, sem mais muito tempo, decidi fazer uma silhueta de uma torre de igreja distante, um céu e um canto de um prédio. O resultado não importou muito, mas o processo em si foi extremamente estimulante. Estou com vontade de repetir o exercício por aqui...











Além de tudo, tive a oportunidade de conhecer uma simpática e talentosa colega húngara (parte da minha família veio da Hungria). O João Moreno, um dos instrutores do workshop acabou por se tornar um amigo. Cara empolgado, entusiasmado e criativo, com um sketchbook de cair o queixo.

A tarde eu participei do workshop "Cityscapes", com Marc Taro Holmes.
Posso dizer que foi uma experiência marcante vê-lo pintar uma aquarela, principalmente pela sua segurança e ousadia. São duas palavras que parecem antagônicas, mas é isso mesmo. Dá pra ver que o cara domina o assunto, sabe tudo de cores, de tons, da técnica. Mas é estimulante ver que, mesmo com toda a sua bagagem, ele não deixa de correr riscos.
Além disso, aprendi duas lições importantes, que parecem simples mas são transformadoras:
1. Desenhar pensando na pintura, ou seja, incluir no desenho as massas de cores, as áreas de sombra. Não descrever o objeto, e sim, interpretá-lo pensando em como vai resolver tudo aquilo na hora de pintar.
2. Pintar 'de longe', ou seja, afastado do suporte. Nada de colar o rosto no papel e se perder em detalhes.
Dito isso, confesso que passei um certo apuro lá...eu tentei fazer meu trabalho "a la Marc"...e rodei, óbvio.
Joguei fora a primeira tentativa! Mas tentei novamente e segui em frente. Ele me ajudou bastante e pareceu se importar em em ajudar. O resultado não me deixou feliz, mas ok. É assim mesmo...
Para meu favor (?) o papel que eu usei era HP, ou seja, liso como uma folha de sulfite. Difícil trabalhar com ele...preciso tentar novamente. Mas valeu mesmo assim...acho que aprendi tanto, ou mais, que em qualquer outro workshop.


 E havia mais! o dia seguinte ainda prometia. Não me lembrou onde eu jantei, nem com quem...acho que foi sozinho...no Largo do Carmo. O restaurante servia comida indiana ou italiana (?), e o garçom não era brasileiro, era mexicano (?).
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Sorry guys...I'll translate this post as soon as possible.

06 agosto 2011

Lisboa 2011 - Parte III

Continuando...
Ainda no primeiro dia do simpósio, participei do workshop "Environments", com o grande Norberto Dorantes e o igualmente grande Mario Linhares.
Norberto tem um traço fabuloso, cheio de expressividade. Mas um tipo de expressão sólida, baseada em uma construção consciente. Ele sabe o que está fazendo. Acredito que a expressividade que ele tem hoje é reflexo de muita lenha queimada, e muita convicção própria. Vale a pena conhecer o trabalho dele.
A proposta foi interessante e o lugar encantador: as Escadinhas do Duque. Primeiro fizemos sketches rápidos de no máximo 2 minutos, para 'esquentar'. Depois ficamos cerca de 1 hora tentando captar a profundidade da cena: os prédios em primeiro plano, em meio às sombras, e cidade, radiante ao fundo.
O último exercício tinha uma proposta desafiadora: entrar em uma loja e desenhar o ambiente. Eu até que tentei, mas não era boa hora para os restaurantes do local e algumas livrarias não eram muito convidativas...acabamos tomando uma cerveja em um bar meio sem graça, mas de quebra ficamos trocando sketchbooks, o que é sempre bacana.
A noite tivemos um jantar para os correspondentes do Urban Sketchers... E mais sketchbooks pra cá, sktchbooks pra lá. Conheci gente simpática como o Omar Jaramillo, Matthew Brehm e Fabien Denoel. Pude finalmente ver os originais do Luis Ruiz, um grande mestre do traço, um cara cujo trabalho faz tempo tem me  encantado.
Bom aqui vão os desenhos desse workshop:


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Continuing ...

Also on the first day of the symposium, I attended the workshop "Environments", with the great Norberto Dorantes, and also the equally great Mario Linhares.

Norberto has a fabulous work, full of expression. But it is a solid kind of expression based on a conscious construction. He knows what he's doing. I believe the expression he has today is a reflection of a lot hard work, and conviction of their own. It is worth knowing his work.

The workshop's proposal was interesting and the place was lovely: the Escadinhas do Duque. At first we made quick sketches of no more than 2 minutes to 'warm up'. After that, we tried to capture the depth of the scene: the shaded buildings in the foreground, and the radiant city in the background.

The last exercise was a challenging proposition: we should walk into a store and draw the environment. I did try it, but it wasn’t a good time for restaurants and some local bookstores were not very inviting ... we eventually had a beer in a random bar, but we were exchanging sketchbooks, which is always cool.

At night we had a dinner for the Urban Sketchers correspondents ... And more sketchbooks over here, over there. I met more nice and talented people like Omar Jaramillo, Matthew Brehm and Fabien Denoel. I could finally see the originals from Luis Ruiz, a master of drawing, a guy whose work has been inspiring me.

02 agosto 2011

Lisboa 2011 - Parte III

O dia do simpósio havia chegado...fui até o páteo da Faculdade de Belas Artes pegar meu kit de inscrição (com três sketchbooks de brinde!) e já encontrei algumas figuras conhecidas somente pela internet...àquela altura eu ainda estava meio tímido, talvez nervoso por ter que usar meu inglês meio arrastado. Me apresentei ao Gabi Campanario, um sujeito pra lá de simpático e um super herói para todos. Ele é o cara que criou e uniou toda essa galera e que mantem a lenha queimando nessa fogueira artística que é o Urban Sketchers. Fiquei feliz de conhece-lo. Ali também já me apresentei ao Gerard Michel e folheei alguns de seus sketchbooks. UAU! Seria a palavra mais simplória e ao mesmo tempo a melhor para descrever aquilo! Seus cadernos são forrados de desenhos, todos muito lindos. É de babar. Havia começado aquele sketchbook que estava em minhas mãos 20 dias antes, e já estava quase finalizado. Mal sabia que eu ia passar um dia desenhando com ele depois (que tietagem a minha não?!!).
Então começou o primeiro workshop, com Francis D. K. Ching (ou Frank Ching para os íntimos) e Pedro Cabral. Nos dirigimos ao Largo do Chiado e ficamos a vontade para desenhar.

Após eu ter feito dois desenhos, vi que os instrutores estavam sozinhos e fui lá mostrar para eles...Falando em um tom muito tranquilo, muito educadamente, Frank Ching fez alguns comentários...ele enfatizou que devemos 'nos colocar' no desenho, ou seja, sugerir um primeiro plano no qual estamos inseridos, como observadores daquela cena. Sugeriu adicionar alguma textura no piso, um hatching aqui e ali para 'soltar' os planos. Um contraste maior em alguns pontos. Enfim, toques sutis de um mestre da arte de desenhar.

Terminado o workshop fomos todos comer juntos ali perto. Acompanhei Frank (agora já sou muito íntimo!) desenhando por alguns instantes. Ele disse que gosta de fazer desenhos pequenos e rápidos, no máximo 30 minutos. Sua caneta desliza no papel com muita facilidade, como é de se imaginar. Conheci também a Melanie Reim e Pete Scully, além de outras pessoas muito simpáticas e talentosas.
A tarde ainda teria mais...

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The day of the symposium finally arrived... I went to the courtyard of the Faculty of Fine Arts to get my registration kit. At that point I was still kind of shy, perhaps nervous about using my English. Nevertheless, I presented myself to Gabi Campanario who is very friendly and a super hero to all. I was happy to meet him in person. I also introduced myself to Gerard Michel and leafed through some of his sketchbooks. His sketchbooks are filled with drawings, all incredibly beautiful. The sketchbook I had in my hands was started 20 days before, and it was almost finished.
So, it began the first workshop, with Francis D. K. Ching and Pedro Cabral. We went to Largo do Chiado and we were free to draw anything we wanted.
After making ​​two drawings, I saw the instructors alone and went there to show my sketchbook. Speaking quietly, in a politely way, Frank Ching made ​​some comments ... he stressed that we should 'put ourselves’ into the drawing, by suggesting the place where we are, as observers of the scene. He also suggested adding some texture on the floor, a hatch to separate plans, increasing contrast in some areas, etc.
After the workshop we all had lunch together. I watched Frank Ching sketching. He said he likes to make small, quick sketches, within 30 minutes. His pen slides very easily on the paper, as you might wonder. I also met Melanie Reim and Pete Scully, and other very nice and talented  people.