26 maio 2009

Marcos Tomanik e Sylvia Chaves

Esta fachada é sem dúvida umas das que eu mais gosto. Acho que a composição entre a vegetação e a arquitetura foi muito feliz neste trabalho. Foi com o Marcos e a Sylvia que aprendi a dar profundidade a essas fachadas, criando primeiro planos, com árvores aparecendo nos cantos superiores, planos intermediários (como os ciprestes mais próximos à construção) e os planos de fundo, com árvores distantes emoldurando a casa. O céu, em desenhos com formatos grandes como esse, é sempre um desafio técnico, pois se deve preparar a quantidade de tinta certa, além da umidade do papel que deve estar adequada – a tinta não pode começar a secar no meio do caminho, e tem que fluir rapidamente.
Enfim, foi preciso uma semana para produzir este trabalho, desde os primeiros estudos de composição até a digitalização. Foi cansativo, mas valeu muito a pena.

25 maio 2009

Marcos Tomanik e Sylvia Chaves

Conheci os arquitetos Marcos Tomanik e Sylvia Chaves há 2 anos atrás. Na ocasião eu participei do material publicitário para um empreendimento no interior do Estado, feito para uma construtora de São Paulo. O escritório de arquitetura do Marcos estava contratado para fazer o projeto de 20 casas a serem construídas no condomínio. Logo descobri que ele tinha uma forma particular de apresentar seus projetos: sempre através de fachadas valorizadas, e não perspectivas, como de costume. Talvez por isso, e até para me conhecer melhor, a construtora quis ver uma espécie de 'piloto' do trabalho. Também queriam comparar duas técnicas diferentes para o mesmo assunto: aquarela e markers.
Assim, escolhemos uma das casas e eu fiz as duas opções. Eles ficaram meio divididos quanto à técnica a ser escolhida, mas o que fez com que eu não continuasse no processo foi o prazo que me deram para fazer as 20 fachadas: 20 dias. Inviável para um formato A2.
Eu não peguei esse trabalho, mas desde então tenho feito muita coisa com o Marcos e a Sylvia. Tenho aprendido muito com eles.
Neste post vão essas duas primeiras fachadas, feitas em maio de 2007, em aquarela e markers. Na verdade, esta última é mista, pois fiz o céu e a grama com aquarela também.

20 maio 2009

Sobre as Técnicas

Esse post tem a função de dar um breve descritivo das técnicas que empregamos, bem como explicar os marcadores (categorias) em que estão divididos os trabalhos.

Aquarela:
A montagem do desenho pode ser a grafite ou a nanquim. Se a base for à grafite, a pintura prevalecerá sobre o desenho, tornando a imagem mais leve e delicada, como vemos
aqui. Já com base a nanquim, a imagem será mais informativa, pois o traço da montagem reforçará o desenho. É uma variação sutil, mas importante na definição do caminho a seguir.
Na minha opinião a aquarela com contorno a nanquim fica mais comercial, por isso às vezes mais interessante quando o propósito é ilustrar um empreendimento, transmitindo uma idéia direta ao cliente, como se vê
aqui.
Em alguns trabalhos, como o do
Haras Larissa, fizemos uma mistura de grafite e aquarela. O conceito dessas imagens é: pintar a vegetação, água e céu e deixar a grafite as construções pessoas e carros. O resultado é elegante e bem singular, e foi usado em um empreendimento de alto padrão, como o Haras.

Computação Gráfica:
Utilizamos o programa Autocad para executarmos as modelagens em 3D para as perspectivas que produzimos. No caso das renderizações, utilizamos o programa 3D Studio Max. Procuramos levar nosso enfoque artístico inclusive para as imagens renderizadas, sempre buscando o melhor ângulo e o melhor jogo de luz e sombra
(veja aqui).
Utilizamos frequentemente programas gráficos, como o Photoshop, para acrescentar detalhes importantes, reforçar e até corrigir algum detalhe das imagens, inclusive nas feitas a mão.

Estudos Pessoais:
Desenhos e aquarelas diversas, de temas variados geralmente com base em fotografias e feitos em casa. O tema frequentemente vem de fotografias de viagens
(como esse). Nessa categoria estão também os desenhos que foram utilizados nos cartões de natal.

Grafite:
Foi a primeira técnica que desenvolvi em minha carreira, e é a que tem mais apelo com arquitetos, porque o lápis é, ainda, a ferramenta de muitos. Consegue-se um rigor técnico alto, com detalhes apurados, texturas ricas e resultado elegante.
É ideal para perspectivas de interiores, principalmente quando o arquiteto não quer se comprometer com cores em uma fase inicial do projeto. Veja
aqui um trabalho nessa técnica.

Lápis de cor:
Uma das técnicas mais difíceis. Pode ser usado isoladamente, com contorno a lápis
(como esse) ou com contorno a nanquim (como esse). Em geral uso o lápis de cor como complemento para outras técnicas (como aquarela e markers), para criar texturas e degrades.

Markers:
Markers são canetas hidrocor profissionais, específicas para desenho. Em geral uso Prismacolor, Promarker e Tria. Com elas são feitos desenhos mais fortes e expressivos. Sua aplicação é rápida, mas necessita de realces com lápis de cor e contorno a nanquim
(como esse).

Nanquim:
Usado como base para aquarelas, lápis de cor e marcadores. Pode também ser utilizado como um desenho final, só de traços (como esse), e principalmente em desenhos de locação, (como esse).

Plantas baixas:
Nessa categoria entram as plantas baixas e implantações de projetos. A decoração e paisagismo geralmente é passada pelo arquiteto/incorporador, mas já houve casos em que desenvolvemos essa parte por nossa conta, quando não há projetos específicos. no caso das plantas baixas, usadas para empreendimentos, fazemos a base em Autocad, colorimos na prancheta e incrementamos no Photoshop
(exemplo). Nessa última fase acrescentamos texturas e padrões, criamos efeitos de luz e colocamos objetos pequenos. As implantações grandes podem ser feitas com diversas técnicas, como em aquarela (exemplo).

Urban Sketches (Sketchbook)
São os desenhos de locação, ou seja, feitos exclusivamente no local do tema. Também podem ser chamados de desenhos de observação ou 'on-the-spot'. São feitos em sketchbook. A minha regra é não fazer ajustes, adições e nem edições posteriores nos desenhos, por enquanto (esse conceito talvez mudará). Assim, quando eu fecho o caderno, congelo o tempo
(veja aqui). O que deu para fazer, com aquele material e tempo disponível, é o que ficará no caderno.
Às vezes faço colagens ou escrevo alguma coisa a respeito do tema nas páginas dos sketchbooks
(veja aqui).

13 maio 2009

Cítara e Hang

Esses dois desenhos foram feitos com base em fotografias. A do cara tocando cítara é da cidade medieval de Carcassone, no sul da França. Lugar especial, com muralhas e construções medievais muito bem preservadas... o cara estava entre os contrafortes, exatamente no eixo longitudinal da catedral. A outra é em Zurique, em uma esquina do centro antigo. O músico tocava um instrumento chamado Hang, que tem uma melodia muito bonita e suave, mas que faz um baita efeito. Os desenhos foram feitos 'na raça', apesar de serem baseados em fotos. Eu quis criar uma 'distorção de lente' na catedral para enfatizar a verticalidade. No outro, dei atenção aos claros e escuros, e a torre ao fundo (com o maior relógio desse tipo na Europa - 9 metros de diâmetro) arrematou bem a composição.

Ipiranga

Posto em Marília - SP: Modelo criado no Autocad e renderizado com Vray, 3D Studio Max.